Diário de Thuatala - Feralas
Obrigada novamente à Cindy (Mavis) do clã Lobos Brancos que organizou o nosso segundo RP de taurens! E claro... obrigada às maravilhosas que participaram: Adriana (Kyra), Marcinha (Jacira) e Evelin (Addahy)!
Diário de Thuatala Cascoforte - Feralas
- Ah! É hoje! Hoje será minha segunda aventura com a taurena Mavis. Há duas semanas Mavis havia me enviado uma carta pedindo que eu me esforçasse bastante e treinasse muito para poder me encontrar com ela na Aldeia Ataya, em Feralas. Lá chegando me deparei com uma taurena já conhecida da nossa primeira aventura, Kyra. Acenei para ela e nos cumprimentamos. Apesar de não nos conhecermos muito bem, já estava com saudades de Kyra. Apresentei à ela duas outras taurenas que havia conhecido durante minhas poucas viagens e que trouxera comigo a fim de apresentá-las à Mavis. Seus nomes eram Addahy e Jacira, ambas druidas assim como Kyra e as três pareceram se dar bem logo de cara.
Ficamos sentadas diante da fogueira conversando enquanto esperávamos Mavis. Eu já estava ficando preocupada, pois Mavis nunca se atrasava e já estávamos quase saindo em busca dela quando uma mantícora chegou trazendo a taurena. - Mavis! - Exclamei feliz e aliviada em vê-la bem. - Estávamos te aguardando! - Peço desculpas pelo atraso, irmãs - disse Mavis coçando seu chifre sem jeito. Fiz as apresentações para que todas se conhecessem e então sentamos para conversar sobre as nessecidades daquela aldeia e no que poderíamos ajuda-los. Harpias! Esse era o primeiro e principal problema de um antigo caçador da região, Talo Casco de Espinhos. Ele nos contou que antigamente não tinha medo de nada, andava pela floresta confiante de suas habilidades até que se deparou com uma criatura que nunca havia visto e mal conseguiu escapar com vida. Precisávamos exterminar as harpias, mas não era só isso, ele nos pediu que também fossemos atrás da rainha delas, Edana! E como prova de que a havíamos matado, precisaríamos trazer seu coração de cristal negro, diziam as lendas que Edana é incapaz de sentir qualquer emoção que não fosse ódio pelos outros. Nós cinco nos olhamos com um certo receio, mas estávamos juntas e como diz Mavis: juntas somos mais fortes! Pegamos nossas armas e lá fomos nós atrás das malditas harpias. Preciso dizer que não foi pouco sangue... agora estou um pouco mais acostumada com batalhas, mas elas ainda me assombram de uma certa forma. Derrotamos cada uma das harpias que víamos pela frente e Addahy ia curando os nossos ferimentos para que não caíssemos durante a luta, chegamos até o local onde deveríamos invocar Edana e com muito esforço e trabalho em equipe conseguimos derrotá-la e arrancar seu coração amaldiçoado. Quando voltamos para a aldeia, o caçador pareceu aliviado e um pouco impressionado pelo fato de que nós realmente havíamos conseguido executar sua tarefa, mas o que parecia o fim para nós, se mostrou como sendo apenas o começo. Assim que entregamos o coração de cristal de Edana, Talo apontou para a fogueira no centro da Aldeia, onde se encontrava um tauren de feições preocupadas e nos indicou que fôssemos até lá. O tauren se apresentou como um druida chamado Konu Runa Totem, ao perguntamos qual era o problema que o afligia, a resposta foi, no mínimo, preocupante. - A corrupção parece assolar essas terras! - foi o que o tauren nos contou. Ele pediu para que pegássemos chifres de cervos que aparentemente estavam contaminados com alguma doença estranha para que ele pudesse pesquisar o que estaria acontecendo com os animais naquela região de Feralas.
Nos aprontamos e partimos para caça dos animais, entretanto, quando chegamos ao local indicado, a situação era alarmante. Descemos de nossos kodos e ficamos observando os cervos que se comportavam de maneira estranha e tinham semblantes de... dor, pareciam que sofriam... Com pesar no coração demos fim ao sofrimento dos pobres animais e coletamos os chifres, como havia sido solicitado. Voltamos cabisbaixas para a aldeia a fim de entregar a coleta. Pouco foi descoberto pelo druida, porém, ele havia nos repassado a informação de que alguns dragonetinhos também pareciam infectados e isso seria ainda mais preocupantes, tendo em vista que os dragões são tidos como guardiões, protetores sagrados da natureza. A nova missão que nos foi dada foi tão ruim quanto a anterior, teríamos que matar alguns dragonetinhos e procurar por indícios do que seria esta doença e de como poderíamos reverter a situação. Depois de executarmos o que nos fora pedido, fizemos uma prece silenciosa à Mãe Terra para que nos perdoasse pelas vidas tiradas, abraçasse as almas que que agora seguiam em sua direção e nos auxiliasse nesta empreitada. Mais uma vez retornamos a aldeia informamos Konu que a missão não gerou o resultado esperado. Isso pareceu deixa-lo desolado por não saber como proceder e evitar essa doença, foi então que um imagem apareceu acima da fogueira, bem na nossa frente. A imagem era de uma elfa noturna, mas Konu rapidamente identificou que na verdade, se tratava de uma dragonesa esmeralda, mas ela o interrompeu: - Eu não mereço tal respeito ou reverência, druida. Eu traí minha própria espécie. A enfermidade desta terra é minha culpa. "A doença nasce do Pesadelo dentro do Sonho Esmeralda, e o dragão Taerar a espalha. Ele não é senão uma sombra enlouquecida de seu antigo eu, mas verá essa terra devorada. "Eu não posso enfrenta-lo eu mesma. Até mesmo me aproximar dele arriscaria deixar a mesma corrupção me atingir uma vez mais. A dragonesa da aparição era Ysondre e mesmo perplexas com a revelação, deveríamos utilizar a Lágrima deixada por ela para selar o portal ligado ao Sonho Esmeralda e pelo qual a doença escorria para Azeroth. A tarefa, apesar de pequena, não parecia ser muito simples e nós cinco estávamos bem apreensivas quanto ao que esperar desta jornada. Mais uma vez montamos nossos kodos e seguimentos para o local indicado por Konu. Caminhamos a passos rápidos, mas silenciosos, cada uma concentrada no que deveria fazer. Um pouco mais a frente Kyra identificou algo grande e brilhante nos tons de verde e azul, e seguimos em sua direção. - Olhem, acho que ali é o portal do qual Ysondre se referia. - disse Kyra já desmontando do seu kodo para verificar o altar mais de perto. Nós a imitamos, cada uma descendo de sua montaria e se aproximando a passos cautelosos da estrutura que, realmente, lembrava muito um portal.
Nos posicionamos, então, de frente para o portal e comecei a contagem regressiva para realizarmos o ritual que iria selar o portal, conforme nos fora instruído. - Três... dois... um... Agora! - e como se tivéssemos treinado aquilo por dias, erguemos o artefato cedido por Ysondre na direção do espelho de magia verde e azul a nossa frente. E... pronto... tinha acabado! Permanecemos no local por alguns minutos imóveis, com ouvidos atentos e com medo de que algo tivesse dado errado, esperamos e esperamos, e então o vento soprou calmo, nos dizendo que estava tudo bem, que o ritual havia funcionado. Expiramos aliviadas. A manhã inteira já havia se passando quando retornamos à Aldeia Ataya, e enquanto adentrávamos, os seus aldeões nos agradeciam emocionados e aliviados pelo auxílio que havíamos prestado, todos pareciam bem contentes. Konu, então, se aproximou e nos pediu que levássemos a mensagem para outros vilarejos para alertá-los e informa-los sobre o que havia acontecido. Nos despedimos em meio aos agradecimentos e partimos da vila em cima das nossas montarias rumo ao próximo vilarejo. A paisagem em Feralas é bem singular, tem bastante vegetação, assim como Mulgore, mas observar Feralas é como se estivéssemos com uma eterna lente colorida em frente aos olhos. O verde vibrante de Mulgore não existe em Feralas e todas as plantas aqui recebem um tom amarelado.
Continuamos nosso caminho com cuidado, porque a estrada plana repentinamente se transforma e, momentos depois, o que tem do seu lado é um penhasco, razão pela qual nossos kodos seguiam seu ritmo lento e constante. Depois de algum tempo caminhando avistamos o próximo acampamento, o Acampamento dos Pedramalho. Logo de cara eu levei um susto, tinham... umas criaturas estranhas na porta, até que se pareciam com os orcs, mas com uma fisionomia particular: tinham a cabeça pequena em relação ao tamanho do corpo, além de serem mais altos e... bom... eram mais gordinhos. Ah! E a pele deles não era verde, estava mais para o amarelo. Mavis pareceu perceber meu espanto olhando pra mim enquanto sorria. - São ogros. - Ela sussurrou pra mim enquanto as demais adentravam ao acampamento e meus olhos arregalaram. Já tinha ouvido algumas histórias, e elas em geral não eram boas quando se tinham ogros, engoli o medo e entrei atrás de Mavis, mas para o meu alívio, me deparei com um orquisa logo a frente, e foi quando soltei a respiração que nem tinha percebido que estava segurando. Jacira olhou pra mim e soltou um risinho, que poderia ter sido de alívio também, ou porque percebeu que eu estava... hum... receosa. Não foi necessário muito convencimento depois que Mavis ouviu nossos estômagos roncarem e sugeriu que fizéssemos uma pausa para o almoço, já que a hora de comer havia passado há muito tempo, mas preferimos não parar na estrada para comer, "há muitos elfos noturnos nessas terras, precisamos ser cautelosas" Mavis havia nos alertado e, de fato, nos deparamos com algumas estruturas élficas no caminho. Fizemos então uma pequena fogueira e sentamos para comer. Addahy cozinhou alguns ovos assados com ervas para nós, que estavam realmente deliciosos e enquanto relaxávamos as pernas e enchíamos o estômago, Mavis resolveu nos contar um pouco sobre os ogros. - Anos antes da Horda ser o que era, temível e sedenta por conquista, já haviam tribos órquicas por seu planeta natal que lutavam contra a tirania e soberania dos ogros, essas tribos irmãs nós conhecemos bem até hoje, Lobos de Gelo, Whiteclaw, Brado Guerreiro e Mão Despedaçada, desafiavam as tribos ogricas, saqueando suas aldeias e matando seu povo, pois temiam a força e poderio bélico dos ogros, além de tentarem assumir o poder sobre Nagrand... "Os Clãs Brado Guerreiro e Mão Despedaçada eram um verdadeiro empecilho para os ogros, numerosos e cruéis, eles tinham que se defender dessas bestas a todo o custo. Motivados pelos esforços destes clãs, os clãs Whiteclaw e Lobos de Gelo que eram aliados na Serra Fogofrio também começaram sua contenda contra um império goriano que lá ficava, o Império dos Giralança... "Temendo que estes clãs, fossem tão algozes quanto os do Brado Guerreiro e o Mão Despedaçada, o astuto imperador dos Giralança teve a pior das decisões. Enquanto que a maioria dos orcs iam de encontro a fortaleza ogrica, os ogros enviavam excursões as tribos órquicas, aprisionando a todos, foi quando o imperador ogrico ordenou: 'Matem os machos, e quanto as fêmeas... faremos de seus ventres o algoz de seus aliados!' "Então as orquisas aprisionadas eram forçadas a deitar-se com os ogros. Não satisfeitos, seus carcereiros, ainda as torturavam e se utilizando de magia arcana para acelerarem suas gestações para que pudessem reproduzir novamente... Dessa miscigenação doentia nasceram os que ficaram conhecidos como Mok'nathal, essas criaturas mestiças eram incrivelmente apegadas às suas mães orquisas. - Mavis, por que o imperador queria tantos mestiços? - interrompeu Kyra. - Por quê? Porque o plano do imperador ogrico era construir um exercito sem mesmo depender do império goriano de Nagrand e não arriscar seu próprio povo... Porém a mesma cria que os fez ascender, lhes trouxe a ruína... Eu estava chocada demais com toda essa história... era bem pior do que as histórias que contavam na aldeia em que cresci, mas a pergunta de Jacira me trouxe de volta ao acampamento. - Mavis... mas se como você disse, esses filhos mestiços eram tão apegados às suas mães, por que não se revoltaram contra os ogros? - Irmã. Eles não tinham escolha, se não o fizessem os ogros matariam suas mães, eles viviam junto a elas aprisionados, estavam completamente reféns dos ogros e de suas ordens. "Mas como disse, a mesma cria que os fez vencer os derrotou. Os mestiços encontraram abrigo entre os Lobos do Gelo e lhes explicaram a situação, na época os mestiços eram liderados por Leoroxx, que é pai de um Mok'nathal muito famoso, aposto que vocês conhecem Rexxar. - todas nós soltamos suspiros impressionadas. "Pois então, Leoroxx e os Lobo do Gelo tramaram uma emboscada, deixando os ogros abrir uma brecha em sua fortaleza quando os mestiços chegassem, ambos os clãs, Lobo do Gelo, Whiteclaw e os mestiços investiram com tudo e aniquilaram os ogros. E assim os mestiços ganharam um titulo e seu nome lhes foi dado Mok'nathal, que em órquico significa "Filho de Nati" que era um temível Guerreiro Ogrico.
Ouvindo a nossa história, a orquisa do acampamento se apresentou, seu nome é Orhan Ogralâmina, e nos explicou que aqueles ogros eram aliados e estavam sob seu comando, entretanto, não muito longe dali, haviam ogros Gordunni que estavam atrás de migalhas de magia arcana deixada por elfos noturnos e poderiam apresentar perigo, se espalhando e diminuindo a possibilidade do acampamento de reunir suprimentos, além de indícios de que alguns bruxos Gordunni estivessem usando orbes que poderiam potencializar seus poderes . Nossa missão então era reduzir os números dos Gordunni e obter uma dessas orbes para estudo. Os ogros se provaram realmente meio desajeitados, mas de uma impressionante força bruta, precisamos usar de agilidade para evitar seus golpes, mas com o nosso trabalho em equipe, conseguimos executar a missão sem muitos problemas. Jacira atraia os ogros aos poucos, nós os matávamos e Addahy se esforçava para curar qualquer ferimento que pudesse ser ocasionado pela luta. Para nossa sorte, os Gordunni estavam bem desorganizados e demoraram a perceber que estava acontecendo um ataque, e já teríamos ido embora quando conseguissem se reunir para defesa. Passando escondidas para fora das ruínas vimos até um ogro dançando sem se dar conta do caos instalado... tentamos evitar rir muito alto e entramos no meio da vegetação para nos camuflar enquanto nos afastávamos do local. Voltamos enfim para o Acampamento Pedramalho e contamos à Orhan o ocorrido. Ela estudou a orbe e falou que teria mais trabalhos para nós, entretanto, a noite caia e concordamos que era melhor encerrar pelo dia.