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RP - Thuatala

Aqui vai meu primeiro conto. Espero que gostem.

Thuatala Cascoforte vem de uma antiga família de taurens guerreiros, mas desde criança sentia uma afinidade com algo diferente, que não tinha conhecimento, algo que era estranho à sua tribo e por essa razão nunca ousou tocar nesse assunto. Toda vez que sentia aquele estranho puxão em seu ser, a taurena o suprimia e voltava sua atenção ao seu treinamento. Desde muito pequena ela já treinava com os demais as artes dos taurens guerreiros, sua família sempre foi conhecida por seus fortes e habilidosos taurens e de grande destaque tanto defendendo seu povo, como lutando pela Horda ao lado de seu líder. A história que Thuatala sabia e que era tão orgulhosamente narrado pelos membros da sua aldeia era que um casal de Cascosforte, Magela e Carabu se uniram a Cairne na luta para livrar Mulgore dos centauros e foi nos arredores do que hoje é o Penhasco do Trovão que o casal guiou o seu povo para ali criaram raízes. Essa e outras histórias de batalhas do casal foram passando para seus sucessores, histórias que colocavam os Cascosfortes como guerreiros natos e que só sobreviveram até hoje graças as suas habilidades e treinamento diferenciado. Os mais fervorosos gostavam, inclusive, de dizer que o primeiro Cascoforte lutou ao lado de Huln Alta Montanha, mas Thuatala achava aquilo um pouco demais, afinal... quantos anos faziam desde aquela batalha? Por mais que se mostrasse uma habilidosa guerreira, a taurena não via seus olhos brilharem por aquilo como os demais colegas. Era como se faltasse algo, como se não estivesse completa, mas com o dia da sua inicialização chegando, Thuatala não se atrevia a dar margem para suas indagações internas. Precisava passar pela inicialização e precisava passar de cabeça erguida e pronta para batalha, fosse qual fosse. Thuatala sentia uma conexão estranha com a terra, toda vez que se sentava ao chão para rezar ou quando participava dos rituais de sua tribo como forma de honrar a Mãe Terra era como se algo batesse junto com seu coração, era como se a terra respondesse a qualquer que fosse aquilo que Thuatala tivesse perguntado. A época de sua inicialização estava chegando e a sensação de que algo estava errado era cada vez maior. Aquela inquietação interior fez com que a taurena fosse se afastando de seus colegas, amigos, e até sua família percebeu que ela estava distante, apática. Quando questionada, apenas acenava e dizia que estava ansiosa com o ritual por vir. Na inicialização como guerreira Thuatala deveria escolher sua arma e sua especialização de guerreira. A predileção dos Cascosfortes por lâminas era evidente, espadas e machados eram seus prediletos e dificilmente se encontrava qualquer maça ou martelo pela aldeia. Aquilo a deixava agoniada. Thuatala odiava laminas e nunca conseguiu entender a preferencia de sua tribo por essas armas, fatos que só contribuíam para o nervosismo da inicialização que viria. Qual arma escolheria? "A escolha da arma é muito importante, a arma é a extensão do seu braço e deve senti-la como tal!", dizia seu pai, e por mais que tivesse treinado com elas, não sentia que podia confiar nestes tipos de armas. Os dias foram se passando cheios de inquietação e ansiedade e algo mais, que a taurena se recusava a admitir, mas era medo. Agora faltava apenas uma semana para o ritual, Taurens de outras tribos chegavam à aldeia, tanto para auxiliar, como para prestigiar os novos guerreiros que se formariam. Thuatala estava caminhando para sua tenda cabisbaixa, sem ânimo e quase chorando com a agonia em seu peito que não cessava, quando foi interrompida por sua mãe: - Thuatala, minha filha, estive te procurando por toda parte, preciso conversar com você. - Mãe, já disse que estou bem, eu só... Sua mãe não esperou que terminasse aquela mesma frase que já ouvira tantas vezes durante aquele mês e continuou: - Quero te contar uma história, minha filha, apenas isso. - e então a mãe de Thuatala começou sua narração enquanto direcionava o caminho para uma outra tenda - Há muitos anos atrás, quando nosso os Cascosforte ainda andavam por Kalimdor, durante uma patrulha de rotina, três taurens Cascoforte que a faziam se depararam com uma criança sentada próxima ao rio. Apesar de estar sozinha, a criança ria e brincava como se estivesse rodeada de gente. "Os taurens patrulheiros estranharam muito aquela cena e se aproximaram com cuidado para não assustar a criança, e foi então que perceberam que ela não estava sozinha. Na frente daquele pequenino tauren estavam os quatro elementos com diminutas formas brincando e dançando para ele. "Assim que os patrulheiros se aproximaram, os elementos sumiram e a criança virou assustada para aquelas imensas figuras grandes e de rostos escuros. Agora , imagine você três de nossos taurens, com essa pelagem escura que nos é tão familiar se aproximando de uma criança perdida no meio da noite. "Mas, diziam eles, como se um vento soprasse naquela pequena orelhinha e dissesse que tudo estava bem, o medo despareceu e um largo sorriso ocupou seu rosto. A criança foi trazida para a nossa tribo e criada como um dos nossos, mas sua conexão com os elementos era obvia, seu treinamento lhe rendeu maravilhosas habilidades no combate corpo a corpo e com os elementos do seu lado, a criança virou uma taurena muito poderosa e única nesta tribo. "Minha filha, você nunca se perguntou o porque tem uma pelagem marrom quando na nossa aldeia a pelagem escura é a que prevalece? Thuatala não conseguia esconder o espanto e curiosidade diante das palavras de sua mãe. Ela ainda estava tentando entender todas aquelas informações e era como se pecinhas se encaixassem em sua cabeça, como se o seu mundo começasse a fazer sentido. - Aquela criança - continuou a mãe - tinha um pelo marrom avermelhado, curiosamente igual ao seu e era minha bisavó. Ela se estabeleceu com a nossa tribo, e formou uma família. Nunca se lembrou de onde veio ou quem era, mas dizia que estava onde tinha que estar e que os elementos a levaram para lá. "Não falamos muito dela, pois ela mesma pediu que assim o fosse. Ela sabia que esta é uma aldeia de guerreiros e não queria causar qualquer desentendimento, inveja ou frustração naqueles que não tinham a conexão com os elementos. Ela treinou como uma guerreira, mas nunca deixou de lado sua vocação. "Depois foi descoberto que uma pequena aldeia de taurens não muito longe do nosso acampamento sofreu um ataque repentino, não souberam dizer do que ou quem. Não sabemos se essa é realmente a história, ou se a criança pertencia a aldeia atacada, mas pode ser que ela tenha sido guiada pelos elementos para fora de sua aldeia antes do ataque e levada até as proximidades do nosso acampamento para ser encontrada. "E é por tudo isso que te contei, que gostaria que você conhecesse um amigo muito querido e que acabou de chegar afim de nos auxiliar no ritual semana que vem. Sua mãe levantou o couro que cobria a entrada da tenda e um tauren de pelos quase brancos a recebeu com um sorriso no rosto. Ele carregava um totem nas costas e saquinhos de terra presos ao seu cinto. Sua armadura era leve, talvez pela idade ou talvez por ser tão poderoso que uma armadura mais pesada não se fazia necessária. E quando seus olhos se encontraram, ele disse como se a conhecesse desde antes de nascer: - Eles falam com você criança, falam com você há muitos anos, por que não os responde? Então Thuatala fechou os olhos e lágrimas escorreram por seu rosto. Um peso imenso saiu de suas costas e seu coração se incendiou com aquilo que por muitos anos Thuatala tentou suprimir. Sua mãe apoiou a mão em seu ombro e lhe entregou um par de maças, simples, mas carinhosamente forjadas e adornadas com o símbolo dos Cascoforte, era como se tivessem alma. - Eram as armas da minha bisavó e que agora encontraram uma nova dona. - disse sua mãe sorrindo. E quando Thuatala as segurou, seu corpo tremeu e ela sentiu como se aquelas armas tivessem sido feitas para ela. Ela fechou novamente os olhos e sentiu o poder fluindo pelas suas mãos e corpo. O antigo xamã sorriu enquanto um forte trovão retumbou no céu, o vento acoitou as paredes das cabanas, e por mais que chovesse forte do lado de fora, a grande fogueira no centro da aldeia não se apagou.

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